“Cipriano Lopes (...) é o orgulhoso propriétário da Pastelaria Bijou. É um apaixonado pelo progresso e sonha em criar uma rádio para o seu bairro, tendo como vedeta a sua filha Maria Eugénia e como compositor o seu futuro genro Óscar.”
Wikipedia
Foi na semana passada que passei algumas horas fechada na cave de um hotel de Lisboa. Participei num estudo de mercado sobre música. Aparentemente, um grande grupo radiofónico da zona de Lisboa ansiava por saber os meus gostos musicais. Os meus e os de mais uma centena de pessoas, naturalmente.
A coisa era simples: um lápis mal afiado e várias folhas cheias de bolinhas. Não tínhamos mais do que ouvir 3/5 segundos de 625 músicas e preencher a bolinha correspondente à emoção que a mesma despertava em nós (a música; não a bolinha): Adoro! Gosto muito! Não desgosto! Já estou farta! Nunca gostei!
Para uma control freak como eu, às vezes a coisa complicava-se. Será que gosto muito ou adoro o “A Cry 4 Love” ou “I Don’t Believe you”? Será justo pintar a bolinha do “Breakfast in America” igual à do “Solsbury Hill”? Em outros casos, a coisa era extremamente simples. Whitney Houston: já estou farta. Queen: adoro. Paulo Gonzo.... a sério??!!!
Mas, ao fim do dia, acho que consegui ser fiel a quem se pretendia: aos meus gostos.
De um modo geral, o ambiente era despreocupado e à minha volta havia quem não conseguisse controlar as emoções. O mulherio que cantarolava com André Sardet, os mais jovens que batiam o pé ao som David Guetta, ou os saudosistas que assobiavam Led Zeppelin e Rolling Stones.
Sim, porque isto de gostos não se discute. E o que queremos quando ligamos a rádio é um pouco de companhia ou evasão.
Mais uma vez, foi o Fernando quem explicou melhor:
"Qualquer música, ah, qualquer,
Logo que me tire da alma
Esta incerteza que quer
Qualquer impossível calma!"
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