quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Midnight in Paris


"A romantic comedy about a family traveling to the French capital for business. The party includes a young engaged couple forced to confront the illusion that a life different from their own is better."
imdb.com
Quem pensa que os filmes do Woody Allen são sempre "mais do mesmo", afaste-se deste. Ou poderá ter de engolir as palavras.... 
Isto digo eu, que continuo a considerar notável a capacidade deste cineasta se reinventar, mantendo-se fiel a si próprio. 
Midnight in Paris é encantador! 
Não quero revelar muito do guião, mas este é o filme ideal para quem ama Paris, a literatura, a pintura e a música de Cole Porter. Para quem não perdeu a capacidade de se maravilhar com a vida, ainda que sentindo nostalgia de um passado que nunca viveu.
Visualmente deslumbrante (mesmo antes dos créditos iniciais), o filme é um "piscar de olho" cultural ao espectador, sem nunca o intimidar.
Sobretudo, Midnight in Paris tem uma doçura narrativa que me deixa a ansiar por mais do mesmo Woody Allen.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sliding Doors

"A London woman's love life and career both hinge, unknown to her, on whether or not she catches a train. We see it both ways, in parallel."
imdb.com

Se há um momento na minha vida a partir do qual tudo poderia ser diferente, esse foi aquela manhã, na secretaria do liceu. Não havia vagas para a área de jornalismo do 10º ano e, face à alternativa de ter de esperar um ano inteiro, matriculei-me em ... Administração Pública. 
Olhando para trás pergunto-me como teria sido a minha vida se tivesse esperado um ano para me entregar às letras, em vez de me ter deixado arrastar por números e burocracias.
Seria a pessoa que sou hoje ou, como li algures, não me teria reconhecido se me tivesse cruzado comigo na rua?
Teria as mesmas coisas, os mesmos amigos, as mesmas rotinas? Seria mais confiante? Mais.... feliz? 
Este é o tipo de pensamento que não leva ninguém a lado nenhum a não ser à loucura e ao desespero; ambos dispensáveis.
Nem sequer é digno de ocupar estas poucas linhas. Mesmo assim, foi um pensamento que me surpreendeu há dias, vindo sabe-se lá de onde, abalroando-me como uma traição. Debati-me com ele demasiado tempo até lhe extrair a lição. Agora está pronto para voltar ao lugar obscuro de onde nunca deveria ter saído. Definitivamente.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Vida, o Amor e as Vacas (City Slickers)

"A mid-life crisis plagued man and his friends find renewal and purpose on a cattle driving vacation."
imdb.com


Curtly: Do you know what the secret of life is?
Mitch: No. What...?
(...)
Curly: One thing. Just one thing. You stick to that and everything else don't mean shit!
Mitch: That's great. But what's the one thing?
Curly: That's what you've got to figure out....

Pois....

Será assim tão simples? Será assim tão complicado?

Podemos gastar a vida inteira à procura...

Chegará apenas uma coisa?

Acho que sim.

O segredo da vida está em apenas uma coisa – atitude. A nossa atitude perante a vida.

Essa atitude passa por um conjunto de outras coisas, físicas ou abstractas, que escolhemos adoptar ou rejeitar. E aqui está a parte complicada.

Este tipo de conversa sempre me pareceu clichê ou psicologia de almanaque. Mas, começo a perceber que talvez não seja bem assim - as “coisas” sempre tiveram tendência a acontecer tarde na minha vida.

Para quem só consegue ver o copo meio vazio, é preciso um empenho constante para acreditar que o copo está meio cheio.

Acreditar que somos capazes, que cada desafio superado nos torna melhores, que não existe apenas um caminho. 

Acreditar no clichê supremo: se sorrirmos para a vida, ela acabará por nos sorrir de volta.